Humor infantil predomina em Um Filme Minecraft – FILMES, por Rudney Flores

 


 Em mais de 30 anos como quase gênero do cinema, as adaptações de jogos eletrônicos para as telas em produções live action (com atores), em sua maioria, geraram fracassos de público e, principalmente, de crítica. Alguns poucos títulos alcançaram relativo sucesso, como as franquias Resident Evil e a recente Sonic. Mas os estúdios seguem tentando e a nova atração na área é Um Filme Minecraft, que estreia nesta quinta-feira (3) na programação das salas no Brasil.

A produção dirigida por Jared Hess (Napoleon Dynamite, Nacho Libre) é baseada no Minecraft, o jogo mais vendido de todos os tempos, criado no final da década 2000 pelo programador sueco Markus “Notch” Persson e, atualmente, sob o domínio da Microsoft. Minecraft é conhecido por seus blocos ou cubos, que permitem infinitas possibilidades de criação aos jogadores, e tem dois personagens básicos Steve (masculino) e Alex (feminino).

É Steven quem aparece inicialmente no filme, vivido por Jack Black (Escola de Rock, franquia Jumanji), que conta sua origem e como chegou ao mundo de Minecraft, mostrando os seus principais aspectos. O espectador é apresentado também à vilã da história, Malgosha, e a um conjunto de poderosos objetos que podem definir o destino do local.

Na Terra, especificamente em uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, encontram-se os demais personagens centrais da história: Garrett, o Lixeiro (Jason Momoa, o Aquaman dos filmes da DC e futuro Lobo no novo universo compartilhado do estúdio), um fracassado ex-campeão de fliperama; a faz-tudo Dawn (Danielle Brooks, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por A Cor Púrpura); e os irmãos Natalie (Emma Myers, da série Wandinha) e Henry (Sebastian Hansen). O quarteto acaba indo involuntariamente para Minecraft e lá, com a ajuda de Steve, tentará derrotar Malgosha e voltar para casa.

A produção traz todos os elementos identificáveis para quem conhece e já jogou o game – e tudo também é bem esmiuçado para quem nunca teve contato. Estão lá as figuras que lembram blocos, como animais, os aldeões e os seres do mal que aparecem à noite, além das estruturas também no mesmo formato. E as possibilidades de se criar armas e construções.

O tom da produção é de comédia leve, mais indicada ao público infantil. Os momentos mais cômicos vêm principalmente do personagem de Momoa, outra vez abraçando tranquilamente a galhofa, como já havia feito em sua participação no mais recente Velozes e Furiosos.

Jack Black é Jack Black e assume novamente a persona que interpreta em praticamente todos os filmes, sendo estridente em vários momentos, maluco em outros, além de cantar também (lembrando sempre sua banda, Tenacious D, ou mesmo o personagem de Escola de Rock) – algumas vezes funciona, outras não. Os dois atores carismáticos acabam ofuscando os demais personagens – com exceção da sempre divertida Jennifer Coolidge (da série The White Lotus), que tem um papel à parte, praticamente descolado do restante da história.

O problema de Um Filme Micraft é ser excessivamente infantil, mas não pelo lado bom. Em geral, quase tudo é bobo demais e simplório, e, atualmente, uma produção não deveria ser nesse formato para entreter crianças cada vez mais espertas em um mundo totalmente tecnológico, ou mesmo os adultos que as acompanham no cinema – e as animações da Pixar estão aí para provar isso.

Mas parece ser mesmo ser essa a intenção de Jared Hess, talvez tentando criar um outro filme cult, como conseguiu com os já citados Napoleon Dynamite e Nacho Libre. O público deve dar seu veredito. Se for positivo, pode significar a criação de uma franquia, e uma das duas cenas pós-créditos do filme abre essa possibilidade. Cotação: Regular.

 

Trailer de Um Filme Minecraft:

 


 

Crédito da foto: Divulgação Warner Bros. Pictures Brasil