A produção dirigida por Jared
Hess (Napoleon Dynamite, Nacho Libre) é baseada no Minecraft, o jogo mais vendido
de todos os tempos, criado no final da década 2000 pelo programador sueco Markus
“Notch” Persson e, atualmente, sob o domínio da Microsoft. Minecraft é conhecido
por seus blocos ou cubos, que permitem infinitas possibilidades de criação aos
jogadores, e tem dois personagens básicos Steve (masculino) e Alex (feminino).
É Steven quem aparece
inicialmente no filme, vivido por Jack Black (Escola de Rock, franquia Jumanji),
que conta sua origem e como chegou ao mundo de Minecraft, mostrando os seus principais
aspectos. O espectador é apresentado também à vilã da história, Malgosha, e a
um conjunto de poderosos objetos que podem definir o destino do local.
Na Terra, especificamente em
uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, encontram-se os demais personagens
centrais da história: Garrett, o Lixeiro (Jason Momoa, o Aquaman dos filmes da
DC e futuro Lobo no novo universo compartilhado do estúdio), um fracassado ex-campeão
de fliperama; a faz-tudo Dawn (Danielle Brooks, indicada ao Oscar de atriz
coadjuvante por A Cor Púrpura); e os irmãos Natalie (Emma Myers, da série Wandinha) e Henry (Sebastian Hansen). O quarteto acaba indo involuntariamente para
Minecraft e lá, com a ajuda de Steve, tentará derrotar Malgosha e voltar para
casa.
A produção traz todos os
elementos identificáveis para quem conhece e já jogou o game – e tudo também é bem
esmiuçado para quem nunca teve contato. Estão lá as figuras que lembram blocos,
como animais, os aldeões e os seres do mal que aparecem à noite, além das
estruturas também no mesmo formato. E as possibilidades de se criar armas e
construções.
O tom da produção é de
comédia leve, mais indicada ao público infantil. Os momentos mais cômicos vêm
principalmente do personagem de Momoa, outra vez abraçando tranquilamente a
galhofa, como já havia feito em sua participação no mais recente Velozes e
Furiosos.
Jack Black é Jack Black e
assume novamente a persona que interpreta em praticamente todos os filmes,
sendo estridente em vários momentos, maluco em outros, além de cantar também (lembrando
sempre sua banda, Tenacious D, ou mesmo o personagem de Escola de Rock) – algumas
vezes funciona, outras não. Os dois atores carismáticos acabam ofuscando os demais
personagens – com exceção da sempre divertida Jennifer Coolidge (da série The White
Lotus), que tem um papel à parte, praticamente descolado do restante da
história.
O problema de Um Filme
Micraft é ser excessivamente infantil, mas não pelo lado bom. Em geral, quase tudo é bobo demais e simplório, e, atualmente, uma produção não deveria ser nesse
formato para entreter crianças cada vez mais espertas em um mundo totalmente tecnológico,
ou mesmo os adultos que as acompanham no cinema – e as animações da Pixar estão
aí para provar isso.
Mas parece ser mesmo ser essa
a intenção de Jared Hess, talvez tentando criar um outro filme cult, como
conseguiu com os já citados Napoleon Dynamite e Nacho Libre. O público deve dar
seu veredito. Se for positivo, pode significar a criação de uma franquia, e uma
das duas cenas pós-créditos do filme abre essa possibilidade. Cotação: Regular.
Trailer de Um Filme Minecraft:
Crédito da foto: Divulgação Warner Bros.
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