Rami Malek estrela e produz Operação Vingança – FILMES, por Rudney Flores

 


 Com participação em poucas produções após a consagração no Oscar com a interpretação de Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody, há seis anos, Rami Malek reaparece no filme de espionagem Operação Vingança, que estreia nesta quinta-feira (10) nos cinemas brasileiros. Além de protagonizar, o ator também é um dos produtores do projeto dirigido por James Hawes (A História de Nicholas Winton), baseado no livro The Amateur, do escritor Robert Littell, já lançado como filme em 1981.

Como confirma o título nacional da obra, o roteiro apresenta uma história de vingança. No centro da trama está Charlie Heller (Malek), um analista de sistemas que trabalha na CIA como decodificador de arquivos e documentos. Seu mundo desaba quando a esposa Sarah (Raquel Brosnahan, a Lois Lane do novo Superman, que estreia em julho próximo) é assassinada em uma ação terrorista em Londres, para onde foi acompanhar um evento de trabalho.

O pacato profissional descobre rapidamente a identidade dos integrantes do grupo responsável pela morte da esposa, denunciando-os aos seus superiores na CIA, mas esses demonstram não estar muito interessados em achá-los. Decidido a agir e de posse de informações comprometedoras que podem incriminar seu chefe imediato, o diretor Moore (Holt McCallany, praticamente repetindo seu papel em Jack Reacher – Sem Retorno), ele decide barganhar um treinamento de campo para se tornar um agente e ser capaz de confrontar e matar os terroristas identificados. Após um período de aprendizado de pouco sucesso com o militar Henderson (Laurence Fishburne, de Matrix), Heller decide enfrentar os vilões tendo sua inteligência e o raciocínio rápido como suas maiores armas.

As franquias Bourne e Missão: Impossível, além dos recentes 007, são os atuais parâmetros para os filmes de espionagem em Hollywood. E o Heller de Malek é quase a antítese dos heróis vividos por Matt Damon, Tom Cruise e Daniel Craig nessas citadas produções de ação. Na realidade, ação é o que mais falta em Operação Vingança, já que seu franzino protagonista não tem como encarar de frente os antagonistas em cenas grandiosas. Nesse contexto, a única cena mais interessante acontece em uma piscina que liga dois prédios de um hotel, uma sequência bem apresentada, apesar de curta.

Resta então o clima de suspense do jogo de gato e rato entre Heller e a CIA, com o analista sempre um passo à frente, pois é inteligentíssimo e detém um QI de 170. Mas é necessário fazer concessões para se aceitar as soluções rápidas demais conseguidas pelo protagonista. Dessa forma, o que poderia ser um diferencial, a perspicácia de Heller acaba tornando Operação Vingança quase monótono.

Malek é predominante na produção e se mostra bem à vontade no papel, que tem proximidade com o personagem que o projetou, o hacker da série Mr. Robot. Mas é pouco, principalmente quando os demais bons atores do elenco não são bem aproveitados, quase nada desenvolvidos – notadamente Fishburne e Caitríona Balfe (de Ford vs Ferrari e Belfast), além de duas aparições relâmpagos de Jon Bernthal (em breve novamente em cartaz em O Contador 2) que não acrescentam em nada à história.

Rami vai precisar garimpar mais para achar um novo projeto vencedor e se destacar outra vez, mostrando que o filme do Queen não foi apenas um raro sobressalto em sua trajetória. Cotação: Regular.

 

Trailer de Operação Vingança:

 


 

Crédito da foto: Divulgação 20th Century Studios Brasil